slot:Capítulo 101: Um Novo Emprego

slot:Quando acordei, estava deitado em uma espreguiçadeira do lado de fora da loja de Har, na Rua Hefang. Ao meu lado, um homem grande e descalço abanava um leque enquanto ria de algo no celular. Olhei ao redor, ainda meio atordoado. A porta da loja estava aberta, e o movimento na rua era intenso. Por um instante, pensei que estava sonhando.

slot:Ao virar a cabeça, vi o Encapuzado sentado a uns quatro ou cinco metros de distância. O Gordo estava em um canto, conversando com meu tio, enquanto Kanjian e outros estavam agachados na frente da loja. Franzi a testa, pensando: Estou morto? É o começo do famoso "filme da vida"?

O homem ao meu lado percebeu que eu havia acordado e anunciou:
— O Pequeno Senhor está de volta!

Todos se viraram para mim. Levantei-me devagar, ainda tentando entender o que estava acontecendo. O homem ao lado rapidamente trouxe uma xícara de chá, enquanto um sujeito alto, segurando um saco grande de comida, aproximou-se e começou a colocar várias caixas de entrega à minha frente. Era White Snake. Ele abriu as embalagens e separou os hashis para mim.

Meu tio e o Gordo se aproximaram, e eu imediatamente perguntei ao Gordo:
— O que aconteceu comigo?

— Quando te encontrei, você e Har estavam presos dentro de algo que parecia um preservativo gigante. Deixa eu te falar, sua família precisa melhorar a educação sexual. Preservativos não são usados assim. — O Gordo parecia cansado, mas deu um tapinha no meu pescoço. — Tá tudo bem agora?

— Como eu sobrevivi? — perguntei, tentando processar os eventos que lembrava. — Achei que estava morto.

— Você sobreviveu porque uma garota te seguiu desde o Onze Armazém. Quando chegou aqui, te encontrou naquela situação e te tirou de lá. Har já foi pro hospital, ele quebrou algumas costelas. Você deu sorte. — O Gordo sentou-se à minha frente. Olhei ao redor.

— Por que tem tanta gente aqui?

— Você estava sem respirar quando te trouxeram. Achamos que talvez precisasse de uma transfusão, então chamamos todo mundo. Aquela garota é sua fã, convocou ajuda em vários grupos. Por isso veio tanta gente. Agora que você acordou, eles vão se dispersar. — O Gordo esfregou o queixo enquanto explicava.

Meu tio veio até mim e, antes que eu pudesse reagir, deu-me um tapa tão forte que quase me fez desmaiar. Enquanto me recuperava, ele se sentou ao lado do Gordo.

— Esse tapa foi em nome dos seus pais. Não vou contar isso para eles. Mas escutem bem: todos que estão nesta sala, se querem continuar nesse ramo e desejam que o Pequeno Senhor continue vivo, não devem ajudar ele a investigar mais nada. Se ele morrer porque vocês ajudaram, eu cuido de vocês pessoalmente.

Todos ficaram em silêncio absoluto. Meu tio olhou para mim:
— Você não pode me dar um pouco de paz?

— Foi descuido meu. — Respondi. — Você tem que me dar um tempo para deixar isso de lado.

— Quanto tempo você precisa? — ele perguntou, quebrando os hashis para que eu começasse a comer.

Apesar da fome, mastiguei em silêncio. Meu tio dispensou os outros, que começaram a sair lentamente.

— Não fique sem fazer nada. Arrumei um trabalho para você. Com algo para ocupar a mente, você não vai ter tempo para ideias malucas.

— Me dê um tempo. Quero ajudar você, investigar algumas coisas. Não sabia que aquilo era tão perigoso.

Meu tio sugeriu:
— Que tal cuidar do Onze Armazém?


slot:Capítulo 102: O Novo Trabalho

Ao ouvir a sugestão, minha mente imediatamente voltou ao Onze Armazém. Olhei ao redor, mas não vi Bai Haotian. Não fazia ideia de como ela conseguiu nos salvar, mas parecia que não estava mais por perto.

— Um mês, três mil e quinhentos. — meu tio disse, cortando meus pensamentos.

— Até os estagiários ganham mais que isso hoje em dia. — retruquei, irritado.

Ele ignorou minha resposta. O Gordo interveio, piscando para mim:
— Você é um desempregado de meia-idade. Trabalhar como vigia de armazém é perfeito. E tem adicional noturno!

Algo na expressão do Gordo me dizia que havia um propósito maior por trás da oferta. Resolvi não discutir mais.

slot:— Quero pelo menos ajuda com gasolina. — pedi.

Meu tio olhou para Er Jing, que pegou uma calculadora, fez algumas contas e respondeu:
— Traga seus recibos de combustível, e reembolsamos. Mas não temos "ajuda de custo" oficial.

Suspirei profundamente. Virei-me para o Gordo e perguntei:
— E aquele "preservativo"? Ainda está aqui?

Er Jing respondeu:
— Isso depende de o proprietário decidir responsabilizá-lo. — Ele então olhou para o Encapuzado, e percebi que o item pertencia a ele. Suspirei aliviado. Se ele quisesse cobrar, poderíamos discutir por muito tempo.

Do lado de fora, Kanjian me chamou. Fui até ele e vi que o manequim de pele havia se transformado em algo semelhante a uma fina película de plástico oleosa, jogada na Rua Hefang.

— Por que deixaram assim? — perguntei.

— Estamos deixando secar. Vamos levar para estudo. — ele respondeu.

Agachei-me e cutuquei o plástico com os hashis. Havia cortes profundos, provavelmente feitos por Bai Haotian.

— Está "morto"? — perguntei, desconfiado.

— Sim. — Kanjian respondeu. — Foi o sangue de Har que a reanimou antes. Não sei como, mas ele tinha marcas profundas de unhas nos dedos.

Suspirei:
— Ele gosta de bater as peças de mahjong na mesa. Deve ter cortado os dedos fazendo isso.

Voltando para dentro, terminei minha refeição rapidamente e me despedi do meu tio:
— Começo amanhã. Alguma instrução final?

Ele balançou a cabeça. Quando estava prestes a sair, ele me deteve:
— Espere. É bom que você ouça isso também. — Ele pegou o telefone e ligou. Após uma breve conversa, passou o aparelho para mim.

Era Xiao Hua:
— Espere cinco minutos. Descobrimos algo importante. Quero que ouça.

Meu coração acelerou, achando que seria algo sobre meu terceiro tio. Xiao Hua continuou:
— Depois que a sala esvaziar, tenho algo privado para conversar com você. Arranje uma desculpa para sair comigo.

Confuso, perguntei:
— Do que se trata? Me dê uma pista. Não me deixe assim.

— Tem a ver com o Cego. — respondeu.