Capítulo 44: Sete Li   Slot

"Você já entrou ou não?", gritei. Não houve resposta. Meu coração disparou, e pensei: pronto, acabou! Esse cara passou anos comendo e bebendo sem controle e perdeu a noção do próprio tamanho. Metade do corpo dele deve ter virado carne moída.
Tentei

Só então o Gordo gritou: "Que pedra desgraçada! Droga, isso

Sua voz parecia manhosa. Perguntei o que tinha acontecido, e ele respondeu: "Estou bem, só que que

Perguntei como ele conseguiu fazer isso, e ele explicou que entrou de costas e acabou batendo o rosto na parede de pedra. Que mecanismo traiçoeiro! Se não fosse o túnel estreito, os três te

"Você não acha que tudo isso foi planejado?", ele me perguntou. "Esse mecanismo está nos forçando a

A possibilidade não me parecia grande. Não conseguia imaginar

Acendi meu isqueiro para iluminar o caminho à frente, mas o túnel continuava na escuridão. Sem outras opções, perguntei ao Gordo: "Tem alguma arma para se proteger neste tipo de situação? Vou seguir em frente."

Se algo viesse do outro lado, eu estaria em apuros.

O Gordo sugeriu: "Pegue o sinalizador. Já está carregado."

Ouvi o barulho dele remexendo em suas coisas, e Zhang Qiling me passou a arma. Estiquei-me para pegá-la, apontei para a escuridão à frente e disparei. O movimento foi desajeitado, mas não importava.

"Vá devagar", disse o Gordo. "Estou de costas, meu caro. Minha vida está nas suas mãos."

Perguntei por que ele entrou de costas, e ele explicou que, assim, poderia recuar enquanto nós avançávamos, garantindo uma rota de fuga caso necessário.

Avançamos uns 10 metros, mas o túnel parecia não ter fim, ainda estreito e claustrofóbico. Examinei as paredes com o isqueiro e confirmei que o túnel era natural. Esse tipo de formação poderia se estender por centenas de quilômetros, e encontrar uma saída parecia impossível.

Depois de rastejar mais 20 metros, o túnel começou a inclinar para baixo. O espaço ficou tão estreito que não podíamos mais mover braços e pernas livremente, precisando rastejar como vermes. O esforço era dez vezes maior que o normal.

"Gordo, precisamos pensar em algo." Parei, respirando pesadamente.

"Pequeno irmão, Wu Xie, estou apertado para urinar. Vocês se importam?"

Estávamos descendo. Imediatamente rastejei para frente e pedi que ele segurasse.

Sob a ameaça de um "acidente", rastejamos mais alguns metros. Quando o túnel começou a subir novamente, ouvi o som aliviado do Gordo. Porém, o cheiro rapidamente invadiu o espaço estreito.

Tentei desviar minha atenção, mas percebi que também precisava urinar. A situação era constrangedora.

Enquanto olhava ao redor para me distrair, vi caracteres entalhados na parede: Sete Li.

"Li" era uma unidade de comprimento, cerca de 500 metros. Sete Li equivaliam a aproximadamente 3.500 metros. Era um marco de distância.

"Gordo, quanto já rastejamos?"

"Uns 40 metros, no máximo. Ainda estamos longe de sete li."

Com base na inscrição anterior que indicava perigo a meio li, percebi que os marcadores eram inversos. Estávamos indo do Sete Li para o Um Li, e algo significativo nos esperava no final.


Capítulo 45: A Vela de Rinoceronte

Expliquei minha descoberta aos outros. Depois disso, a vontade de urinar ficou ainda pior, mas o Gordo sugeriu que seguíssemos em frente, já que não havia retorno.

Continuei rastejando. O esforço agravava minha necessidade de aliviar a bexiga, tornando a experiência torturante.

A uma distância de Cinco Li, minha consciência começou a oscilar, e todo o meu foco estava na pressão crescente. Sem alternativa, comecei a buscar fissuras na parede para resolver o problema discretamente, mas as pedras eram impecáveis.

Quando finalmente cheguei ao marco de Um Li, minha mente estava em branco. Meu corpo estava coberto de suor e feridas, e minha bexiga parecia prestes a explodir. Por um momento, a morte parecia preferível.

No final do túnel, encontrei algo: uma bacia de bronze coberta por uma camada endurecida de pó branco. Dentro, havia velas feitas de um material escuro. Quando cheirei, percebi que eram velas misturadas com chifre de rinoceronte.

Essas velas eram usadas na antiga China para invocar espíritos. O objetivo delas, naquele local específico, permanecia um mistério.

Capítulo 46: Saída de Alta Velocidade   Slot

"Queimar chifre de rinoceronte?", pensei, intrigado. Usar algo tão precioso em um túmulo era estranho. O que queriam revelar ali?

As velas de chifre de rinoceronte eram conhecidas por sua capacidade de iluminar o mundo invisível. Relatos antigos diziam que sua luz revelava criaturas sobrenaturais, mas também trazia consequências, como a morte de quem ousasse usá-las.

Expliquei tudo isso ao Gordo e a Zhang Qiling, mas o Gordo não parecia impressionado: "E daí? Estamos aqui para sobreviver. Se for necessário acender isso, acenda logo!".

Olhei para o túnel escuro e, com hesitação, peguei meu isqueiro. Antes de acender a vela, decidi pedir ao Gordo para tentar rastejar para trás, caso precisássemos recuar rapidamente.

"Por quê? Ficou com medo, seu covarde?", ele zombou, mas logo tentou recuar. Um minuto depois, ele gritou: "Droga, tem gente atrás de nós!".

"Como assim, gente?!"

Ele respondeu, nervoso: "Estão rastejando, com as cabeças abaixadas. Não dá para ver os rostos, mas as unhas são enormes! Eles estão nos cercando!".

Senti um calafrio. Não havia outra escolha. Acendi a vela de rinoceronte.


Capítulo 47: Cheio de Gente

A luz da vela iluminou o túnel com um brilho esverdeado, muito mais forte que o esperado. Assim que a luz se espalhou, algo apareceu na parede: uma porta de pedra decorada com um relevo de carruagem nas nuvens.

A porta era pequena, do tipo chamada "porta celestial", usada em antigos sarcófagos para permitir a passagem simbólica da alma.

"Antes da vela acender, essa porta não estava aí!", pensei.

Sem hesitar, rastejei até a porta e a empurrei. Com esforço, consegui abri-la. Do outro lado, encontrei um pequeno espaço inundado com água até a cintura. Entrei rapidamente. Zhang Qiling e o Gordo logo me seguiram.

O Gordo, no entanto, estava sendo puxado por algo. Gritou: "Minha virilha tá presa!".

"Já passou da idade de se preocupar com isso!", gritei enquanto Zhang Qiling e eu puxávamos ele para dentro. Finalmente conseguimos.

Antes de fechar a porta, vi uma figura do lado de fora. Era humano, mas tinha a cabeça inclinada em um ângulo estranho, como se o pescoço estivesse quebrado.

Zhang Qiling soprou para apagar a vela, mergulhando-nos na escuridão.


Capítulo 48: Totalmente Cegos

No escuro, não consegui localizar a porta para fechá-la. Meu isqueiro parecia funcionar, mas eu não via nenhuma luz. Percebi, horrorizado, que estava cego.

"Pessoal, vocês conseguem enxergar?", perguntei.

"Se você acender alguma coisa, talvez a gente veja!", gritou o Gordo, irritado.

"Eu já acendi! Estamos cegos!", respondi.

Eles ficaram em silêncio por alguns segundos. Tentei manter a calma e me concentrar nos sons. A água escorria lentamente pelo espaço, enquanto Zhang Qiling remexia na área.

De repente, o Gordo gritou: "A luz verde está de volta!". Zhang Qiling havia reacendido a vela.

Agora podíamos ver novamente. No entanto, a visão era perturbadora. Ao meu lado, estava uma figura humana inclinada para mim. Zhang Qiling agiu rapidamente, torcendo o pescoço da criatura em um movimento ágil. A cabeça girou quase 240 graus antes de a criatura cair imóvel.

Zhang Qiling não perdeu tempo. Trancou a porta com uma das nossas facas, dobrando-a como um trinco improvisado.

"Que diabos é esse lugar?", perguntou o Gordo, ainda ofegante. Zhang Qiling não respondeu. Ele começou a explorar a água no chão.

Logo encontrou um alçapão, que abriu, liberando toda a água acumulada. O espaço estava coberto de cracas e outros detritos marítimos. Era como se estivéssemos dentro de uma caverna submersa há séculos.

"Vamos descer!", ordenou Zhang Qiling, já pulando na abertura.


Capítulo 49: Descendo o Dreno

Caímos em um poço estreito cheio de barras de pedra. Zhang Qiling nos ajudou a descer, mas nossos pés estavam doloridos por causa das cracas afiadas.

Depois de vários saltos, alcançamos o fundo, onde havia mais água. Havia dois túneis de drenagem à frente. Zhang Qiling pediu que eu observasse atentamente.

"Veja se nota algo incomum", ele disse.

Olhei em volta, mas tudo parecia normal. Os túneis eram feitos de pedras simples, sem nada particularmente notável. No entanto, ao olhar novamente na direção da água, vi uma figura negra parada, parcialmente submersa.

"Há alguém ali...", murmurei.

Zhang Qiling apenas assentiu, como se já esperasse por isso.


Capítulo 50: No Escuro    Slot

Enquanto observava a figura na água, percebi que sua cabeça não estava acima da superfície. Era completamente negra, e os contornos do corpo eram quase indistinguíveis no ambiente.

"Isso é uma pessoa?", perguntei.

"Não olhe por muito tempo", respondeu Zhang Qiling.

Fiquei confuso, mas segui sua orientação. Ele parecia saber mais sobre o que estávamos enfrentando, mas não explicou.

"Precisamos sair daqui antes que a vela acabe", ele disse. "Caso contrário, ficaremos presos para sempre."

Sem mais explicações, ele liderou o caminho por um dos túneis. Eu e o Gordo seguimos, sem entender completamente o que nos aguardava.