slot:Capítulo 127: Âmbar Antigo
Dirigimos por 11 horas até Shanxi, indo direto para o condado de Qixian por uma rota que eu conhecia bem. slot
No caminho, discretamente adicionei Bai Haotian a vários grupos de colecionadores de antiguidades. Nesses grupos, as pessoas compartilham suas peças e fazem trocas rápidas. É um fluxo constante de itens. slot
No mercado de antiguidades atual, se você tem dinheiro, pode encontrar 80% dos bons itens nas pequenas lojas de artigos usados nas cidades. Não é necessário ir até as aldeias, pois os comerciantes locais já monopolizam essa prática. Seja comprando de "agricultores" ou encontrando objetos herdados em casas antigas, tudo já é constantemente revisitado por conhecidos locais. No passado, meu sucesso veio ao dominar esse segmento, superando os revendedores locais e vendendo diretamente para as cidades.
Por isso, os comerciantes de Qixian me odeiam. Após minha saída, eles rapidamente preencheram essa lacuna. Assim, voltar para Qixian e depender apenas de mim seria desastroso. É aqui que Bai Haotian desempenha um papel crucial.
Alugamos um hotel simples por 14 yuans por dia e pegamos dois quartos. Troquei a roupa de cama por conta própria e preparei um esconderijo para mercadorias valiosas. Removi o caixilho da cortina, escavei a parede atrás dele, criei um espaço vazio e recoloquei o caixilho. Essa precaução foi aprendida com anos de experiência: ao adquirir itens valiosos, tudo pode acontecer.
Depois, disfarcei-me. Pintei o cabelo de amarelo, coloquei óculos redondos e uma barba falsa, e vesti uma camiseta justa. Parecia um ajudante de boate em alguma cidadezinha. Já Bai Haotian usava uma camisa branca e shorts curtos, parecendo uma garota rica que se apaixonou por um rapaz excêntrico durante uma viagem.
Visitamos uma loja de artigos usados na periferia, localizada em um mercado de materiais de construção. A loja tinha uma coleção impressionante de lingotes de prata e selas antigas. As prateleiras de vidro, das mais antigas, estavam cheias de poeira e ferrugem. Os lingotes estavam empilhados de forma descuidada, e o local também tinha muitos documentos antigos e móveis velhos.
Entramos, fingindo curiosidade, enquanto o dono, um homem baixo e gordo, nem se deu ao trabalho de nos olhar. Ele estava absorto assistindo a uma série em seu iPad.
A loja era escura e fria, apesar do sol brilhante lá fora. A sensação era familiar. Bai Haotian perguntou baixinho: "Esses itens não serão vendidos. Por que viemos aqui?"
Respondi em dialeto de Changsha: "Para tirar fotos."
"Fotos?" Ela não entendeu. Expliquei: "No comércio de antiguidades, o segredo está no olho e na diferença de informações. Quando você tem dinheiro, estocar itens é mais lucrativo do que vendê-los rapidamente. Quando está sem dinheiro, saber onde estão os bons itens é mais valioso do que ter acesso imediato."
Aproximei-me do balcão e vi várias cordas de âmbar penduradas na parede, cada uma com mais de 70 contas. Peguei uma e disse: "Vou analisar."
O dono olhou de relance, franzindo a testa. Esfreguei uma conta, cheirei e examinei rapidamente cada uma delas. Identifiquei 21 contas de tamanho semelhante. Pedi outra corda ao dono, que, reconhecendo minha experiência, entregou-me sem hesitar. Dessa corda, mais 12 contas tinham o mesmo tamanho.
Ofereci: "16 mil pelas duas cordas."
O dono respondeu com firmeza: "20 mil. Por 16, não vendo."
Enquanto negociava, tirei fotos de algumas contas e enviei para Bai Haotian. Com a conta dela, postei nos grupos: "Pulseira de âmbar antigo, 33 contas, 26 mil yuans. Tamanho uniforme, excelente qualidade."
Saímos da loja dizendo: "16 mil é o máximo. Por 20, não vale."
Do lado de fora, usei minha conta para postar nos mesmos grupos: "Essa pulseira é minha. Ninguém tente comprar antes de mim."
Fomos a outra loja na região, especializada em pedras e jarros antigos. Durante o caminho, Bai Haotian começou a receber mensagens. Um estranho oferecia 21 mil pela pulseira.
Respondi com o celular dela: "O Sr. Wu já pagou 3 mil de sinal. Preciso de pelo menos 24 mil para cobrir minha perda."
A resposta foi imediata: "Sem problema."
Sorri. Meu tio segundo claramente estava tentando bloquear minhas compras, mas ele provavelmente não sabia que eu nem tinha dinheiro para fechar negócio.
Voltamos à loja anterior, compramos as duas cordas por 20 mil e as revendemos por 24 mil. Organizei as 33 melhores contas em uma nova pulseira, enviada ao comprador, enquanto guardei as restantes — cerca de 90 contas de tamanhos e qualidades variados.
O dono da loja ficou confuso com o valor extra de 4 mil. Expliquei: "Erro no pagamento. Vou comprar mais itens." Ele olhou desconfiado, mas tirou um embrulho de jornal antigo debaixo do balcão.
slot:Capítulo 128: A Pintura
O dono da loja abriu um jornal antigo, um exemplar do Guangming Daily, com uma pintura colada sobre ele. Olhei de perto: era uma obra de Dai Jin, representando um pardal pousado em um galho de pinheiro. As bordas do jornal estavam rasgadas, sugerindo que havia sido usado como papel de parede em alguma casa antiga. Era algo típico em residências mais velhas, onde jornais eram usados para cobrir paredes.
Essa história parecia profunda demais. Não conheço bem as obras de Dai Jin. O papel parecia antigo, mas poderia ser apenas papel de arroz envelhecido, com tinta antiga usada por um artista contemporâneo para criar uma falsificação. Lembrei de histórias de falsificações de títulos de valor em que antigos livros da mesma época eram desmontados para obter o papel certo. No entanto, pintar uma obra clássica chinesa é muito mais desafiador do que falsificar impressões ou documentos.
Enquanto observava o jornal, todos os detalhes pareciam contar uma narrativa: uma casa antiga de pátio compartilhado, dividida entre várias famílias. Alguém, em meio à bagunça, encontrou a pintura e a colou no jornal. Com o tempo, a casa foi abandonada, e a obra acabou sendo descoberta e revendida, até chegar à loja.
Porém, algo me incomodava. A presença do jornal Guangming Daily era deliberada demais, como se fosse uma tentativa de autenticação forçada. Isso despertou minha desconfiança natural.
Decidi não comprar a pintura. Deixei os 40 mil yuans na loja como crédito, pedindo que o dono me enviasse fotos caso surgissem itens interessantes. Ele ficou contente, me acompanhou até a porta segurando o iPad, e saímos.
Expliquei minha análise para Bai Haotian, que coçou a cabeça e comentou: "Achei que identificar a autenticidade dependia apenas do objeto em si."
Respondi: "Com as técnicas de hoje, muitas vezes é uma questão de sensação. Qualquer desconforto, por menor que seja, pode indicar algo errado. Por exemplo, espelhos antigos esculpidos já podem ser falsificados perfeitamente."
De volta ao hotel, organizei as contas de âmbar restantes. Fiz duas pulseiras completas e uma incompleta. Vendi uma por 10 mil yuans e outra por 7 mil, e dei a meia pulseira para Bai Haotian.
Ela pensou por um momento e perguntou: "Você não está comprando mercadorias para o Refúgio Hao? Por que está ficando com tudo?"
Sorri e respondi: "Calma, isso é só um aquecimento. Ainda não começamos a verdadeira coleta."
À noite, o dono da loja me enviou várias fotos de itens: espadas e moedas de bronze, ágatas da Dinastia Zhou Ocidental e, para minha surpresa, um par de brincos de jade verde intenso. Pelas marcas de envelhecimento no jade, parecia que tinham sido desenterrados. Esses brincos eram interessantes. Durante a Dinastia Qing, jade verde intenso era extremamente valioso, e mesmo hoje poderiam facilmente ser vendidos por mais de 200 mil yuans.
Essas fotos, na verdade, eram itens que comerciantes de vilarejos haviam enviado para os revendedores do condado, não pertenciam diretamente à loja. Se eu quisesse comprar, o dono teria que adquiri-los primeiro. Peguei as imagens e, usando a conta de Bai Haotian, publiquei-as nos grupos de colecionadores, torcendo para que alguém mordesse a isca e eu pudesse fazer mais um negócio antes de ir ao vilarejo.
Não recebi respostas naquela noite. Forcei-me a dormir, escondendo cuidadosamente as contas de âmbar. Tentei afastar os pensamentos sobre o Garrafa. Refleti brevemente: se ele e os outros não tivessem morrido, o tempo deveria confirmar isso. Se tivessem perecido, bem... provavelmente agora estariam tão encharcados quanto pedaços de pão frito. Não sabia como lidar com essa possibilidade.
Depois de algumas horas de sono, fui despertado por uma batida suave na porta. Levantei-me de imediato, alerta. A batida era leve, quase furtiva. Não fazia ideia de quem poderia ser. slot
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