slot

slot
A Polícia Federal do Brasil acusou formalmente o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas de planejar um golpe para mantê-lo no cargo no final de novembro. A agência descreveu um esquema em várias etapas, comprovado por evidências e depoimentos, em um relatório de 884 páginas. O plano incluía semear sistematicamente a desconfiança no sistema eleitoral entre a população, elaborar um decreto para dar ao complô uma aparência de base legal, pressionar os altos comandantes militares a concordar com o plano e incitar um motim na capital. BRASILEIROS CONSERVADORES ELOGIAM ELON MUSK EM RALLY DE APOIO A BOLSONARO O Procurador-Geral Paulo Gonet agora decidirá se acusa formalmente as partes acusadas, descarta a investigação ou solicita mais depoimentos para entender a participação de cada pessoa em diferentes partes do suposto complô antes de decidir quem será julgado por quais acusações. Bolsonaro e seus principais aliados negaram qualquer irregularidade ou envolvimento e acusam as autoridades de perseguição política. Aqui está uma análise dos principais elementos do plano, conforme descrito no relatório, e como eles estão supostamente conectados. Semear dúvidas sobre o sistema de votação do Brasil A polícia alega que os esforços para disseminar notícias falsas sobre o sistema de votação eletrônica do Brasil começaram em 2019, primeiro ano de Bolsonaro no cargo, mas foram conduzidos de forma mais estratégica e intensiva à medida que sua candidatura à reeleição em 2022 se aproximava. A polícia diz que as chamadas "milícias digitais", compostas por milhares de contas de mídia social ligadas à propaganda pró-Bolsonaro, bem como outros influenciadores e políticos de direita proeminentes, espalharam propaganda alegando que o sistema de votação poderia ser adulterado. Bolsonaro também expressou abertamente admiração pela ditadura militar do Brasil (1964-1985), que ele afirmou ter salvado o país do comunismo. A narrativa de uma iminente derrota eleitoral ilegítima ajudou Bolsonaro a reunir dezenas de milhares de apoiadores em várias manifestações de rua e também a convencer muitos a acampar fora dos quartéis e quartéis-generais militares para pressionar os líderes. Três meses antes da eleição, Bolsonaro convidou dezenas de diplomatas para o palácio presidencial para uma reunião transmitida nacionalmente na qual apresentou supostas vulnerabilidades do sistema de votação, sem fornecer nenhuma evidência. Após a derrota de Bolsonaro em 2022 para o esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido Liberal de Bolsonaro questionou os resultados no tribunal eleitoral superior do país, argumentando que dispositivos de votação feitos em anos específicos poderiam ter permitido fraude. O tribunal eleitoral rapidamente rejeitou as alegações. "Eles espalharam estudos falsos sobre as vulnerabilidades das máquinas de votação eletrônica através do Partido Liberal, na tentativa de criar uma base factual para um decreto presidencial" que colocaria o golpe em movimento, diz o relatório. Um decreto preliminar para dar início ao golpe Em janeiro de 2023, a polícia brasileira encontrou um decreto preliminar na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres. Era uma das muitas versões elaboradas a pedido do líder de extrema direita ou com seu conhecimento, diz a polícia. O ex-presidente apresentou o documento, não assinado, aos comandantes das três divisões das forças armadas em 7 de dezembro, buscando seu apoio. Os investigadores dizem que o decreto preliminar mostra que Bolsonaro e seus aliados tentaram criar um comitê para investigar supostas fraudes e crimes na votação de outubro de 2022, para que pudessem posteriormente suspender os poderes do tribunal eleitoral superior da nação e possivelmente convocar uma nova eleição. O comandante da marinha estava pronto para cumprir o decreto, mas os líderes do exército e da força aérea se opuseram a qualquer plano que impedisse a posse de Lula, disse o relatório. Essas recusas são o motivo pelo qual o plano não foi adiante, de acordo com testemunhas que falaram com os investigadores. Muitos especialistas jurídicos, incluindo, dizem que as evidências de que o ex-presidente apresentou o rascunho aos líderes militares e apoiou diferentes versões do documento são muito prejudiciais. "(O objetivo) era intervir indevidamente nas eleições", disse Luiz Henrique Machado, professor de direito da universidade IDP na capital Brasília. "No Brasil, é o Ministério Público Eleitoral e o tribunal eleitoral superior que têm a palavra final sobre a legislação eleitoral." Em uma entrevista ao site UOL publicada na quinta-feira, Bolsonaro disse que discutiu com os líderes militares movimentos, incluindo a decretação de um estado de emergência e outras medidas excepcionais que teriam suspendido o estado de direito para o bem público. Ele disse que tais medidas são previstas pela constituição, então não há nada impróprio em avaliar essas opções. "O que está sendo dito é absurdo. Da minha parte, nunca houve qualquer discussão de um golpe", disse Bolsonaro a jornalistas em Brasília na segunda-feira. Plano para assassinar o presidente eleito Em 19 de novembro, a Polícia Federal do Brasil prendeu quatro oficiais de operações especiais do exército e um policial federal acusados de tramar em 2022 para assassinar Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Os homens presos foram todos mencionados em um relatório policial que foi desclassificado posteriormente. O plano de assassinato visava deixar a chapa de Bolsonaro como a única válida restante no segundo turno de 2022, diz a polícia. Quanto a de Moraes, ele liderou uma investigação de cinco anos sobre notícias falsas e ameaças contra juízes do Supremo Tribunal, o que levou alguns aliados e apoiadores de extrema direita a serem banidos das redes sociais e até presos. No início de 2023, ele presidiu o tribunal eleitoral superior da nação quando declarou Bolsonaro inelegível para o cargo até 2030 por abuso de poder relacionado a uma reunião que convocou com embaixadores estrangeiros para espalhar mentiras sobre o sistema de votação. O general Walter Braga Netto, companheiro de chapa de Bolsonaro em 2022 e ex-ministro da Defesa, deu sinal verde para o plano de assassinato em uma reunião com os conspiradores em sua casa, acrescentaram os investigadores. A Polícia Federal retrata o general aposentado como um dos líderes do complô, também envolvido em pressionar os líderes militares a aderir ao golpe. Braga Netto disse em um comunicado na terça-feira que nunca tramou um golpe. Ele acrescentou que vários dos documentos apreendidos de um de seus assessores, incluindo "escritos, rascunhos e relatórios da mídia" eram "material preparatório para responder a pedidos da mídia e para se preparar para depoimentos em audiências no Congresso". O relatório policial não contém indicação de que qualquer tentativa de assassinar Lula ou Alckmin foi posta em prática. No entanto, os investigadores encontraram mensagens e documentos indicando que os conspiradores estavam monitorando e seguindo de Moraes na época. A polícia disse que encontrou evidências de que o general de brigada aposentado Mário Fernandes, um dos oficiais presos que havia sido secretário-geral interino da presidência, também visitou os acampamentos de protesto fora das instalações militares, incluindo a sede do exército em Brasília. Os investigadores disseram ter evidências de que ele deu instruções e apoio financeiro aos manifestantes. Levantamento de 8 de janeiro A Polícia Federal ligou Bolsonaro e alguns de seus principais ministros ao motim de 8 de janeiro de 2023, no qual apoiadores do ex-presidente, muitos dos quais acampados fora da sede do exército por meses, saquearam o Supremo Tribunal, o Congresso e o palácio presidencial em Brasília. Os manifestantes pediram às forças armadas que mantivessem o líder de esquerda fora do cargo e seu levante - que veio depois que Lula tomou posse - foi uma tentativa de forçar a intervenção militar e depor o novo presidente, diz a polícia. O motim aparece no relatório como uma das várias "outras ações para pressionar o comandante do exército a aderir ao golpe de estado". A polícia também diz que o general de brigada Fernandes enviou uma mensagem em novembro de 2022 ao general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, discutindo a necessidade de um "evento desencadeador" para um golpe. Os réus, incluindo Bolsonaro, argumentaram que o motim foi um evento isolado, e muitos especialistas jurídicos observaram que as evidências do relatório de uma conexão entre ele e um complô mais amplo são tênues. CLIQUE AQUI PARA OBTER O APLICATIVO FOX NEWS "Está claro que os supostos golpistas tinham contatos com pessoas acampadas fora dos quartéis militares, pessoas que estavam lá em 8 de janeiro. Mas quanto desse contato foi transformado em planejamento, coordenação, estímulo para essas pessoas tomarem prédios públicos naquele dia? Isso será debatido, será discutido no processo e na coleta de mais evidências", disse João Pedro Pádua, professor de processo penal na Universidade Federal Fluminense no Rio de Janeiro. Bolsonaro partiu para os Estados Unidos dias antes da posse de Lula em 1º de janeiro de 2023 e ficou lá três meses, mantendo um perfil discreto. O relatório policial alega que ele estava evitando uma possível prisão relacionada ao complô do golpe e aguardando as consequências do levante..slot.